Jesus deixou a Galileia e foi para a região da Judeia, com seus discípulos.
27Pedro, então, tomando a palavra, disse-lhe: “Nós deixamos tudo para te seguir; que recompensa teremos?” 28Respondeu-lhe Jesus: “Na verdade vos digo: no mundo renovado, quando o Filho do homem tomar posse de seu trono glorioso, vós também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. 29E todo aquele que deixar casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou terras por amor de mim, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. 30Porém, muitos dos primeiros serão últimos e muitos dos últimos serão primeiros”.( São Mateus 19) ( São Marcos 10-28,31) ( São Lucas 18-28,30)
Jesus acaba de dizer aos seus ouvintes na Pereia que “muitos que são primeiros serão últimos; e os últimos, primeiros”. Ele enfatiza isso com uma ilustração sobre trabalhadores em um vinhedo.
Jesus diz: 1“Porque o Reino dos Céus é semelhante a um fazendeiro que, logo de manhã, saiu para contratar trabalhadores para sua vinha. 2Combinou com eles que pagaria um denário por dia e mandou-os para sua vinha. 3Pelas nove horas saiu e viu mais alguns na praça sem fazer nada e disse-lhes: 4‘Ide vós também para minha vinha e vos darei o que for justo’. 5Eles foram. Lá pelo meio-dia, como também pelas três da tarde, o fazendeiro saiu de novo e fez o mesmo. 6Pelas cinco da tarde saiu ainda e, encontrando outros que lá estavam, disse-lhes: ‘Por que estais aqui o dia todo sem trabalhar?’ 7Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. Disse-lhes ele: ‘Ide também vós trabalhar em minha vinha’. ( São Mateus 20-1,7)
Jesus diz: 8Ao cair da tarde, o dono da vinha falou a seu administrador: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando dos últimos até os primeiros’. 9Chegaram os das cinco horas da tarde e cada um recebeu um denário. 10Chegada a vez dos primeiros, eles pensaram que iriam receber mais. Mas receberam também um denário. 11Ao recebê-lo, reclamavam contra o fazendeiro, dizendo: 12‘Esses últimos trabalharam apenas uma hora, e dás a eles a mesma quantia que a nós que carregamos o peso do dia e do calor’. 13Respondeu o fazendeiro a um deles: ‘Meu amigo, eu não estou sendo injusto contigo. Não combinaste comigo um denário? 14Toma o que é teu e vai. A esse último quero dar o mesmo que a ti. 15Não tenho o direito de fazer com meu dinheiro o que eu quiser? Ou tens inveja porque eu sou bom?’ 16Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos”. ( São Mateus 20-8,16)
É provável que os ouvintes pensem em Deus Pai quando Jesus fala sobre “o Reino dos céus” e “um proprietário”. As Escrituras identificam Deus Pai como o proprietário de um vinhedo, que representa a nação de Israel. Os que estão debaixo do pacto da Lei são comparados a trabalhadores no vinhedo. Mas Jesus não está fazendo uma ilustração sobre o passado. Ele está descrevendo uma situação dos seus dias.
Assim como os fariseus, que há pouco tempo testaram Jesus sobre o divórcio, os líderes religiosos aparentemente estão sempre trabalhando no serviço a Deus. Eles são como os que trabalham o dia todo e que esperam receber um denário, o pagamento completo de um dia de trabalho.
Para os sacerdotes e outros como eles, os judeus comuns não servem tão plenamente a Deus e são comparados aos que trabalham menos tempo no vinhedo. Nessa ilustração, esses são os homens contratados “por volta da terceira hora” (9 horas) ou mais tarde: na sexta, na nona e finalmente na décima primeira hora (17 horas).
Os que seguem Jesus são vistos como “pessoas amaldiçoadas”. Eles têm trabalhado como pescadores ou em outra ocupação braçal durante quase toda a vida. Então, por volta de outubro de 29 EC, “o dono do vinhedo” envia Jesus para chamar esses humildes a fim de trabalhar para Deus como discípulos de Cristo. Eles são “os últimos” mencionados por Jesus, os trabalhadores da décima primeira hora no vinhedo,
Cada um deles recebeu um denário. Então, quando os primeiros chegaram, concluíram que receberiam mais, mas eles também receberam o pagamento de um denário cada um. Após recebê-lo, começaram a reclamar contra o proprietário e disseram: ‘Esses últimos homens trabalharam só uma hora; ainda assim o senhor os igualou a nós, que suportamos o fardo do dia e o calor intenso!’ Mas ele disse, em resposta, a um deles: ‘Amigo, não lhe faço nenhuma injustiça. Você não concordou comigo em um denário? Pegue o que é seu e vá. Eu quero dar a esse último o mesmo que a você. Não tenho o direito de fazer o que quero com as minhas próprias coisas? Ou você ficou com inveja porque eu fui bom com eles?’
Os discípulos talvez se perguntem sobre o significado do final da ilustração. Como os líderes religiosos judeus, que pensam ser “os primeiros”, se tornarão “últimos”? E como os discípulos de Jesus se tornarão “primeiros”?
Os discípulos de Jesus, a quem os fariseus e outros veem como “últimos”, serão os “primeiros”, pois receberão o pagamento completo. Com a morte de Jesus, a Jerusalém terrestre será rejeitada, e Deus escolherá uma nova nação, “o Israel de Deus”. João Batista se referiu aos que fariam parte do “Israel de Deus” quando falou sobre o futuro batismo com espírito santo. Esses, que têm sido “últimos”, serão os primeiros a ter esse batismo e a receber o privilégio de ser discípulos de Jesus “até a parte mais distante da terra”. Pelo que entenderam da grande mudança de que Jesus está falando, pode ser que os discípulos imaginem a forte oposição que enfrentarão por parte dos líderes religiosos, que se tornam “os últimos”.