Santo Antônio é popular porque amou os pobres, como exige a Ordem dos Franciscanos, à qual pertenceu. Segundo a tradição, dedicou sua vida a ajudá-los, inclusive materialmente. Alguns relatos contam que ele teria conseguido um dote para uma moça italiana casadoira (daí ser o santo das casamenteiras), outros falam que distribuiu pães doados por uma devota francesa que lhe atribuiu um milagre (segundo a tradição, o pãozinho bento dado pelas igrejas consagradas a ele no dia 13 de junho garante fartura em casa se colocado numa lata de mantimentos). O santo também teria o dom de devolver objetos e de obter vitória em causas perdidas devido a outro grande feito: teria convencido um noviço a se arrepender de lhe ter roubado o livro de orações depois de esse fiel ter avistado o diabo numa ponte.
Além das histórias ligadas a Santo Antônio, uma graciosa tela de um monge holandês no século 16 talvez tenha sido uma das maiores publicidades de seu carisma: ele pintou o santo se divertindo com as traquinagens do Menino Jesus espalhando livros pelo chão de uma biblioteca. Nela, Antônio mostra sua alegria e bondade com a Criança Divina, e por essa intimidade com o Menino Deus se tornou o santo ideal para receber nossos pedidos. Afinal, quem se importava com as brincadeiras do garoto também se importaria com nossos desejos tão humanos. É bom lembrar que Antônio se tornou franciscano quando São Francisco de Assis ainda estava vivo. Ele o conheceu e fez parte do movimento que revolucionaria toda a história da Igreja Católica. Sua opção pelos pobres e pela simplicidade vinha do seu coração, mas a imagem de frade generoso e bonachão não mostra totalmente quem Antônio era: um homem extremamente culto, leitor de autores gregos e latinos, com vasto conhecimento sobre a ciência de sua época, conforme se lê em seus sermões. Com extrema capacidade de usar bem as palavras e notável ardor, o frade conseguia converter o mais renitente dos ímpios. Sua coragem também era reconhecida. É homenageado por militares e se tornou patrono de muitos regimentos.
Quando vivo, Antônio desejava, inclusive, tornar-se mártir: na juventude, foi ao Marrocos tentar converter os mouros, arriscando sua vida, e só voltou porque ficou muito doente. Segundo alguns estudiosos, talvez seja essa arazão pela qual as moças o “martirizem” quando ele não quer atender a seus pedidos (o deixam de cabeça para baixo, tiram o Menino Jesus de seu colo, o colocam na geladeira ou num poço...).
Antônio morreu na Itália no dia 13 de junho de 1231, aos 36 anos. O papa Gregório IX o canonizou apenas 11 meses depois de sua morte ,e o chamou de “santo de todo mundo”, numa alusão à fama que ele tinha em vida. Se já foi célebre em seu tempo, hoje nem se fala. O protetor do Menino Jesus e das moças é amado em todo o Brasil.