No entardecer da Quinta-Feira Santa, incia-se o Tríduo Pascal, onde a Igreja revive os momentos derradeiros da vida de Nosso Senhor. Neste dia, celebra-se a Sagrada Ceia pela qual Cristo institui o Sacramento da Eucaristia. Amando os seus até o fim, Jesus antecipa sua entrega a favor da humanidade, pelo seu santíssimo Corpo e preciosíssimo Sangue nas espécies do pão e do vinho.
A Liturgia nos fala do amor e humildade, com a cerimônia do Lava-pés, a proclamação do Novo Mandamento, a instituição do sacerdócio ministerial e a instituição da Eucaristia, em que Jesus se faz nosso alimento, dando-nos seu Corpo e Sangue. É a manifestação profunda do seu amor por nós, amor que foi até onde podia ir: “Como Ele amasse os seus amou-os até o fim.” (cf. I Cor 11,24-25). Através dos sinais sacramentais perpetuados em nosso meio, portanto, celebramos também o seu Mistério Pascal.
Também conhecida como Missa do Lava-Pés, apesar de não ser o foco, esta celebração traz a dinâmica da humildade, que era o que aquele gesto indicava à época. Com isso, Jesus nos dá o novo mandamento do amor, que iguala escravos e livres, que devem servir o próximo indistintamente. O gesto do lava-pés traduz de maneira perfeita esse novo mandamento.
Quatro textos registram os pormenores da primeira “Ceia do Senhor“. Três destes relatos estão nos evangelhos (Mateus 26:26-29; Marcos 14:22-25 e Lucas 22:19-20) e o outro está em 1 Coríntios 11:23-26. Podemos aprender como Jesus e os apóstolos celebraram a ceia comparando estes relatos. Por favor, pare uns poucos minutos para ler cada uma destas quatro passagens, antes de continuar este estudo. Observe as minúcias:
O propósito: “Fazei isto em memória de mim” (Lucas 22:19). A Ceia do Senhor é nossa oportunidade para lembrar o sacrifício que Jesus fez na cruz, pelo qual ele nos oferece a esperança da vida eterna: “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (1 Coríntios 11:26). A Ceia do Senhor não pretende ser um memorial do nascimento, da vida ou da ressurreição de Cristo. É um momento especial no qual os cristãos refletem sobre o Salvador sofredor para serem lembrados do alto preço que ele pagou por nossos pecados. Precisamos manter este tema central do evangelho (1 Coríntios 2:1-2) em nossas mentes.
Os símbolos: Jesus usou dois símbolos para representar seu corpo e seu sangue. É claro que ele não ofereceu literalmente seu corpo (que ainda estava inteiro) nem seu sangue (que ainda estava correndo através de suas veias). Ele deu aos discípulos pão sem fermento para representar seu corpo e o fruto da videira (suco de uva) para representar o sangue que estava para ser derramado na cruz. Ele não deixou dúvida sobre a relação deste sacrifício com nossa salvação: “Porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados” (Mateus 26:28).
A Paróquia São José, realizou o rito do Lava-pés e a Ceia do Senhor, para lembrar do infinito amor de Jesus por nós.