Antigo Testamento /

As maravilhas do reino animal.

Capítulo 39

1Sabes tu quando parem as cabras montesas
ou assistes ao parto das corças?
2Contas os meses de sua gestação
e sabes o tempo de seu parto?
3Elas se abaixam para dar cria,
e se livram de suas dores.
4Os filhotes se tornam fortes, crescem no campo,
partem e não voltam mais a elas.
5Quem deixa livre o asno selvagem,
quem solta os laços do onagro,
6ao qual dei a estepe como casa
e como morada a terra salgada?
7Ele despreza o barulho da cidade
e não ouve os gritos dos tropeiros.
8Gira pelas montanhas, sua pastagem,
e anda à procura de tudo o que é verde.
9O búfalo estará disposto a servir-te
ou a passar a noite em teu curral?
10Poderás prendê-lo com a corda ao arado
ou fazê-lo lavrar os vales atrás de ti?
11Confiarás nele, porque sua força é grande
e a ele entregarás teu trabalho?
12Contarás com ele, para que traga para casa
e ajunte tua colheita em tua eira?
13A asa do avestruz bate alegremente,
como se tivesse penas e plumagem de cegonha.
14Pois abandona à terra os ovos
e os deixa aquecer na areia.
15E se esquece de que algum pé pode esmagá-los,
ou um animal selvagem pisá-los.
16Trata duramente os filhotes, como se não fossem seus,
não se incomoda de se ter cansado em vão,
17porque Deus o privou de sabedoria
e não lhe concedeu a inteligência.
18Mas quando se levanta para fugir,
zomba do cavalo e de seu cavaleiro.
19És tu que dás a força ao cavalo
e revestes de crinas seu pescoço?
20És tu que o fazes saltar como um gafanhoto?
Seu fogoso respirar é terrível.
21Por sua força exulta e escava a terra
e se lança ao encontro das armas.
22Despreza o medo, não teme,
nem retrocede diante da espada.
23Sobre ele ressoa a aljava,
a lança reluzente e o dardo.
24Com ímpeto e com furor, devora a distância
e ao som da trombeta não mais se contém.
25Relincha cada vez que toca a trombeta
e de longe fareja a batalha,
os gritos dos chefes e o alarido.
26É por tua inteligência que o falcão alça o voo
e estende as asas para o sul?
27É a teu comando que a águia se eleva
e faz seu ninho nas alturas?
28Ela mora nas rochas e aí passa a noite,
no cimo do penhasco inacessível.
29Lá de cima espia a presa,
de longe a observam seus olhos.
30Seus filhotes são ávidos de sangue;
e onde há cadáveres, lá ela está.

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