Intervenção do jovem Eliú.

Eliú se apresenta.

6Tomando, pois, a palavra, Eliú, filho de Baraquel, de Buz, disse:
Eu sou jovem de idade
e vós já sois anciãos;
por isso em minha timidez não ousava
manifestar-vos meu pensamento.
7Eu refletia: Falarão os anos
e a idade avançada ensinará a sabedoria.
8Mas o que torna inteligente o homem é o espírito,
e o sopro do Onipotente.
9A idade avançada não dá sabedoria,
nem a velhice a compreensão do que é justo.
10Por isso eu ouso dizer: Escutai-me;
também eu exporei meu saber.
11Aguardei vossas palavras,
prestei atenção a vossos argumentos
enquanto procuráveis respostas.
12Eu vos segui com atenção,
mas ninguém pôde convencer Jó,
nem dar resposta a suas razões.
13Não digais: Encontramos a sabedoria;
só Deus pode triunfar dele, não um homem!
14Não foi a mim que ele dirigiu suas palavras,
e não lhe responderei com vossos argumentos.
15Estão desconcertados, não respondem mais,
faltam-lhes as palavras.
16Esperei, mas porque não falam mais,
porque estão aí sem resposta,
17quero também eu dizer o que penso,
eu também darei meu parecer.
18Pois tenho muito o que falar,
pressionado pelo espírito que mora em mim.
19Dentro de mim há como vinho não aberto,
como odres novos que vão se arrebentar.
20Falarei para desabafar,
abrirei a boca e responderei.
21Não farei acepção de pessoas,
não adularei ninguém.
22Porque não sei adular;
senão meu criador em breve me levaria.